Conselheiros presentes
- Davi Fonseca (suplente Secr. Desenvolv. Social)
- Dyulie De Paula (titular sociedade civil)
- Juliana Borges (titular sociedade civil – Secretária do Compci)
- Lídia Sarmento (titular secr Educação)
- Luiz Carlos "Pichot" (titular Movimento Negro)
- Marcos “Guti” (titular – SMC)
- Rogerio Sá "Catolé" (suplente sociedade civil)
- Tarcísio Edson Cesar (titular sociedade civil – AMI)
Pautas
1. Film Comission – minuta do Projeto de Lei
2. LOA (Lei do Orçamento Anual)
3. Edital de Fomento da SMC
4. Termo de referência para contratação de empresa para realizar Conferência Municipal de Cultura
A secretária Juliana Borges, na ausência justificada da Presidenta Débora Bergamini, abriu a reunião informando que esta era a primeira reunião do Compci realizada fisicamente desde que a atual gestão tomou posse, já durante a pandemia. Para evitar aglomerações, somente os conselheiros e suplentes estavam presentes na sala, mas, para garantir e incentivar a participação da sociedade civil, o encontro estava sendo transmitido por Google Meet, sendo que qualquer pessoa tem direito à palavra. Este modelo híbrido, se funcionasse, seria adotado para as próximas reuniões enquanto durasse a pandemia, ou até mesmo para garantir maior participação e acesso pela população. Foi pedido que ao entrar abrissem as câmeras para garantir que não seriam haters.
Pauta 1 - FILM COMISSION – minuta do Projeto de Lei
Juliana fez uma breve explicação do que é e para que serve uma Film Comission e contextualizou que a Prefeitura contratou a SP Cine (empresa pública da cidade de São Paulo responsável) para fazer um estudo de viabilidade e implantação da Ilhabela Film Comission. Em seguida, passou a palavra para Carolinne Golfeto, representante da SP CINE, a fazer uma apresentação do status atual da consultoria (por vídeo chamada).
Carolinne esclareceu que a SP Cine foi contratada em maio de 2021 pela Secretaria de Turismo para fazer um diagnóstico da viabilidade da implantação da FIlm Comission em Ilhabela. O diagnóstico já foi entregue e eles atualmente estão na fase de operacionalização da implantação. Recentemente a SP Cine esteve em Ilhabela e se reuniu com a Secretaria de Turismo, de Cultura (que será a responsável por gerenciar a Film Comission), com a Dersa (porque entende que a balsa é um impedimento) e também com a comissão de produtores do audiovisual vinculada ao COMPCI. Eles estão planejando uma nova vinda para Ilhabela para fazer uma apresentação formal aos vereadores.
Carolinne informou que a SP Cine, usando como base um documento antigo da Prefeitura do ano de 2016, produziu uma minuta com uma primeira versão deste projeto de Lei, que foi entregue às Secretarias de Turismo e Cultura para discussão e também compartilhada com a Comissão dos produtores audiovisuais. Carolinne esclareceu, ainda, que eles estão trabalhando em Manuais de filmagens para diferentes pontos de Ilhabela e fazendo um catálogo de locações do município e que eles darão início a um sistema que vai receber solicitações de filmagens e disponibilizar um catálogo de profissionais e serviços na cidade (produtor, catering, transporte, serviços, etc).
Juliana pediu a palavra e esclareceu que para a Film Comission ser implantada, é preciso ter um Projeto de Lei aprovado na Câmara autorizando o seu funcionamento. Em seguida, um decreto assinado pelo prefeito regulamenta as atividades da Film Comission. Esclareceu, ainda, que o COMPCI está acompanhando todas as tratativas com o poder público.
O conselheiro Catolé ressaltou a importância de todas as questões referentes à Film Comission passarem pelos Conselhos de Cultura e Turismo e que a minuta deve ser previamente discutida nessas instâncias antes de ir para a Câmara.
Juliana, a secretária do COMPCI disse ter lido a minuta e fez dois questionamentos. 1 – Qual seria a necessidade de criar um Conselho Consultivo específico para a Film Comission, uma vez que já estava previsto no documento o acompanhamento trimestral do COMPCI por uma Comissão do Audiovisual. Ela argumentou que ter muitas instâncias de decisão só dificultaria o processo. 2 – Por que ter 3 cargos de diretoria comissionados para operacionalizar a Film Comission, uma vez que a demanda de trabalho não se justificaria.
Carolinne respondeu que a SP Cine tentou alterar o mínimo possível o Projeto de Lei. Juliana declarou que na condição de secretária do Conselho, trabalhadora do audiovisual e representante da Comissão do Audiovisual em llhabela, ela coloca-se absolutamente contra a existência do Conselho Consultivo e contra a criação de 3 cargos comissionados. Matias Borgstrom, representante da sociedade civil, pediu a palavra e disse que como profissional de audiovisual em Ilhabela, está de acordo com as colocações de Juliana.
Aline Outa perguntou se a Secretaria de Turismo não poderia arcar com os custos de operação da Film Comission. Catolé explicou que uma despesa não pode sair ao mesmo tempo de duas secretarias e, por ter uma natureza cultural, a verba tem que ser da Secretaria da Cultura ou Fundaci. Ele lembrou, ainda, que a Fundaci tem uma Comissão de Audiovisual e seria importante que ela fosse envolvida. Por fim, Catolé defendeu que a Film Comission não pode ser apenas um gerador de empregos, mas precisa seguir as diretrizes do plano nacional, estadual e municipal da cultura – democratização do acesso a bens culturais, formação, etc. Deu como exemplo o Citronela Doc – Festival de Documentários de Ilhabela, recém-realizado na cidade e que foi um projeto fantástico, que promoveu acessibilidade à cultura e promoveu aquilo que preconiza o Plano Municipal de Cultura.
Pauta 2 – LOA
O secretário Guti apresentou a proposta de orçamento para a Cultura em 2022 (LOA) e disse que durante a semana já havia se reunido com representantes do Conselho para debatê-la.

O secretario explicou que simplificou as rubricas para não engessar. Explicou que “Artes Cênicas” contemplam todos os projetos – Film Comission, editais, shows, tendas, palco, etc. Informou ainda que, apesar de 50% de queda dos royalties, o aumento do preço do petróleo fez com que os valores para 2022 não fossem reduzidos.
Guti não apresentou a LOA da Fundaci. Porém, disse que a Fundaci terá 980 mil reais em verbas para realizar projetos ( valor este livre dos custos fixos de manutenção da fundação).
Juliana disse que está pouco familiarizada com os trâmites da Câmara e perguntou se ainda é possível alterar a LOA e quais os próximos passos a serem cumpridos. Guti explicou que os vereadores poderão sugerir alterações e que é possível sensibilizar um vereador. Catolé esclareceu que a LOA precisa ser aprovada até dezembro – a Câmara só entra de férias quando aprova o orçamento para o ano seguinte. Já aprovou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) ate 30/9. Agora estão discutindo o orçamento e cabem emendas. Mas agora não é mais possível mudar o orçamento, o que cabe é o remanejamento entre as pastas. E mesmo assim depois que aprovar no ano que vem vai ter suplementação – aumento do conjunto das verbas da cultura e Fundaci. Sempre há suplementação e é importante que a gente discuta, sempre pensando no Plano Municipal de Cultura.
Catolé sugeriu aumentar o valor de capacitação de servidores, atualmente de 20 mil, é muito baixo. Defendeu capacitação para funcionários e também para o COMPCI e conselho curador da Fundaci.
Na verba referente ao Fundo Municipal de Cultura, Dyulie sugeriu deixar R$ 5.000 para material de consumo e R$ 6.000 para equipamentos permanentes somente, pois não vemos a real utilização dessas rubricas e assim poder aumentar a verba para editais.
Tarcisio sugeriu trocar “Artes cênicas” por “Linguagens Artísticas” e também mencionou que na reunião prévia com os conselheiros, foi sugerido pelos presentes que as verbas de “Pessoa Física” de “Artes Cênicas” e “Resgate Cultural” fossem substancialmente aumentadas para possibilitar que pessoas físicas sejam contempladas em editais. Dyulie sugeriu passar de 130 mil para 1 milhão. Todos os conselheiros e o secretário se mostraram de acordo com esta sugestão de aumentar o percentual para pessoa física, porém teve início uma discussão sobre a dificuldade de se pagar contratos de pessoas físicas na prefeitura.
Catolé falou sobre o processo de “pejotização” da relações de trabalho e defendeu que daqui para frente todos os trabalhadores terão que virar MEI para as prefeituras não se complicarem com o Tribunal de Contas. Achava 1 milhão desproporcionais e a Secretaria de Finanças iria vetar.
Juliana disse que os editais para participação de pessoas físicas são comuns na esfera estadual e federal e acha que Finanças tem de ampliar seu entendimento. Guti disse que a verba do município é fiscalizada pelo tribunal de contas e que eles ficam em cima e não deixam mais passar projetos que não têm “retorno para o município”. Disse que a verba do FUMPCI é diferente, mas com a verba da prefeitura fica difícil pagar pessoa física.
Dyulie disse que o edital da Semana da Arte 2020 e o Cadastro Cultural demonstrou que a realidade de Ilhabela é que maioria dos artistas não tem CNPJ. Portanto, se fizermos editais apenas para PJ vai excluir muitas pessoas, especialmente cultureiros locais, como os caiçaras, capoeiristas, quilombolas, artesãos, entre outros. A premissa das políticas públicas culturias é distribuir parte destes recursos públicos à pessoas que não tem estruturação, e ainda que os editais são umas dessas politicas que visam esse acesso. Defendeu que seja discutido com o Jurídico e Finanças – se aqui o entendimento está limitando, temos que buscar referências fora.
Aline informou que um agravante é que em Ilhabela existe obrigatoriedade de alvará de funcionamento (valor acima de R$300) para empresas e este custo extra exclui muitos artistas. Ela disse que é possível pedir isenção, mas ela não é concedida a todos. Guti concordou que esta exigência é absurda e veria o que fazer.
Como encaminhamento, Catolé sugeriu que fosse agendada uma reunião sobre este tema (Pessoa física x pessoa jurídica para artistas) com a participação do: COMPCI, SMC, Jurídico (procurador Vinicius), Secr. de Finanças para que esta questão fosse elucidada. Todos os conselheiros foram favoráveis.
Pauta 3 – Edital de Fomento
Guti informou que ainda não teve retorno do Jurídico sobre os editais. Informou que a SMC descobriu que não havia nenhuma Lei ou Decreto de estímulo à cultura. Para não ter problemas com o Tribunal de Contas, antes de lançar os editais, ele teve fazer uma sugestão de decreto para criar um Programa de Estímulo à Cultura e, por isso, o lançamento do edital estava demorando mais que o previsto.
Guti disse que assim que tivesse um retorno iria submeter o edital ao Conselho para aprovação antes de ser lançado.
Aline pediu a palavra e compartilhou da dificuldade que o projeto Repercussão (contemplado no edital de fomento de 2020) está com dificuldade de encontrar espaço para realizar as oficinas quando o tempo está chuvoso ou ventando. As aulas acontecem até o fim de novembro, há 7 oficinas acontecendo e todas elas com lotação esgotada. Ela disse que tentaram de várias formas arrumar o espaço, mas até agora não há uma solução, uma vez que as escolas de samba estão usando as quadras e algumas locações tem reclamações de barulhos por parte dos vizinhos. Aline defendeu que a melhor sugestão seria utilizar a Fazenda Engenho D’Agua.
Pichot defendeu que é uma reapropriação cultural utilizar uma fazenda de cana que historicamente teve mão de obra escrava, para realizar oficinas de percussão e música afro. Disse que o Repercussão é um projeto histórico para a cidade e nada mais justo do que ceder o espaço à noite para as oficinas, quando a visitação já foi encerrada. São apenas mais 2 meses de oficinas.
Os conselheiros aprovaram por unanimidade que a Fazenda Engenho D’Agua seja cedida ao projeto Repercussão até o final das suas atividades (30 de novembro). Como encaminhamento Catolé sugeriu que o Projeto Repercussão enviasse um ofício à SMC relatando a decisão do conselho e solicitando a liberação do espaço.
Com o horário de término da reunião prestes a estourar, Juliana sugeriu o seguinte encaminhamento para a última pauta (Termo de referência para contratação de empresa para realizar Conferência Municipal de Cultura): o documento preparado por alguns conselheiros seria colocado sob consulta no grupo de Whatsapp do Compci e os conselheiros teriam até 15/10 para propor alterações. Após esta data a minuta seria enviada por ofício à SMC para dar prosseguimento.
A reunião foi encerrada pontualmente às 20h. Juliana agradeceu a presença de todos e avaliou que este modelo híbrido de encontro foi bastante exitoso e que será repetido nos próximos encontros. Na próxima reunião as atas impressas serão assinadas pelos conselheiros, assim como a ata de posse com os novos representantes indicados pela nova gestão pública.
A próxima reunião ordinária está marcada para o dia 4/11 das 18h às 20h.